Saúde

Em busca de respostas

Na luta contra um câncer de mama há quatro anos, Jacira não conseguiu seu medicamento neste mês e não sabe quando irá receber

Paulo Rossi -

Imagine que você é uma mulher de 62 anos e foi diagnosticada com câncer de mama, uma das doenças com maior índice de mortalidade entre as mulheres. O tratamento indicado consiste em uso contínuo de medicamentos durante um prazo de cinco anos. Faltando pouco mais de um ano para a conclusão do tratamento e com uma consulta marcada para daqui menos de dois meses, você não consegue ter acesso ao remédio e não tem informações de novos prazos. Essa história, infelizmente, é real. É o drama vivido por Jacira Barbosa Gill, funcionária do setor privado.

Jacira foi diagnosticada com câncer de mama em 2015. Em março do ano seguinte, iniciou o tratamento com medicamentos, ação que deveria se estender por um período de cinco anos. Contudo, pouco depois da virada para 2020, no dia 3, Jacira, que é paciente do Centro de Radioterapia e Oncologia da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas (Ceron), foi até o local para receber sua medicação. Ao chegar no centro, foi informada que seu medicamento, Anastrozol 1 mg, de uso contínuo, estava em falta. Para piorar o cenário, não foi dada nenhuma previsão de chegada do remédio.

“Eu só quero conseguir a medicação. Se não conseguir agora, queria saber pelo menos quando vai chegar” declarou Jacira. A paciente realiza consultas semestrais e a próxima está marcada para o começo de março. Na manhã desta segunda-feira (6), ela foi novamente à sede do Ceron em busca do medicamento ou de, pelo menos, uma previsão de quando ele estaria disponível. Voltou com mais dúvidas do que certezas. O centro não precisou para a paciente quando o medicamento estaria disponível.

Onde está o problema?

Segundo o Coordenador-Geral da Mesa Diretora do Conselho Municipal de Saúde, Luiz Guilherme Belletti, os medicamentos que são repassados pela farmácia estadual ao interior do Estado, estão em Porto Alegre. Devido a greve dos funcionários estaduais, eles não foram repassados para o restante do Rio Grande do Sul. Em função da paralisação, a expectativa do coordenador é de que a situação se normalize apenas em março, quando Jacira deve então receber o Anastrozol 1 mg. Já os remédios que vêm direto de laboratórios, do Ministério da Saúde, e estão em falta, devem ter a sua situação normalizada ainda este mês.

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